Acaba de ser lançado o livro Crianças Brasileiras, o Amor Tudo Vence, de Monsenhor Maurício Curi.
Como diz o autor, no prefácio:
Como diz o autor, no prefácio:
Por que, após quase quarenta anos, fomos buscar os originais
deste pequeno livro no baú das recordações? Por que, após quase quarenta anos,
decidimos fazer esta viagem de retorno ao passado?
A resposta me parece muito simples. Sendo verdade que só o
Amor permanece, que só o Amor será posto na balança do Supremo Juiz naquele
exame final descrito no capítulo 25 do Evangelho de São Mateus, então é mais
que lógico concluir que o comportamento destas crianças brasileiras, num
determinado período de suas vidas, não deve ser relegado ao esquecimento. Deve,
pelo contrário, ser relembrado às gerações seguintes não somente como motivo de
admiração, mas a fim de que estes fatos e estes gestos, possam ser conhecidos,
assimilados e eventualmente imitados.
Esses fatos e gestos simples, como é simples o Evangelho
captado por crianças, são substancialmente comportamentos que têm valor de
eternidade, mesmo se isto se passou em um momento curto e preciso, em
circunstâncias muito especiais e num tempo tão longínquo.
Há ainda, porém, outra pergunta que pode aflorar à mente dos
leitores: mas como teriam chegado a tais gestos e palavras se alguém não os
tivesse inculcado insistentemente nos espíritos desprevenidos destes meninos e
meninas?
Tendo eu acompanhado desde o início a mudança de atitude e o
progresso espiritual que se processou nessas crianças, posso afirmar
tranquilamente que não houve nenhum esforço de minha parte ou da parte de
outras pessoas para que elas agissem de um modo mais humano, mais espiritual.
Foi, de surpresa em surpresa, que fui dando conta de que Deus opera maravilhas
nos corações que não colocam obstáculos à sua graça. Verdade é também que,
visto que a graça constrói sobre a natureza, a sua ação se manifesta, de modo
ordinário, em espíritos bem formados, humanamente bem estruturados e, por
conseguinte, predispostos à ação divina.
É forçoso, portanto, concluir que essas crianças eram assim,
não por insistência, insinuações ou quaisquer influências externas, mas
exclusivamente graças a uma ação discreta e misteriosa de Jesus; estavam elas,
portanto, predispostas a acolher o dom de Deus. É neste sentido também que me
refiro neste livro ao Servo de Deus Nelsinho de Ibitinga, (SP), Dóris
Toutounji, de minha paróquia de Heliópolis (Cairo), assim como à Beata Chiara
Luce Badano, da Itália e à história de um menino egípcio, Taissir, falecido no
Cairo em 1956, em que numa vida infantil de padecimentos a ação de Deus se
fazia sentir de modo quase palpável.
Quer no caso das crianças brasileiras, quer no caso daquelas
de outros países, os fatos não se explicam de um ponto de vista unicamente
humano, psicológico: é preciso crer que Jesus foi e continuará sendo o Divino
Artista surpreendente, a plasmar almas místicas, segundo o Seu beneplácito.
Assim foi com a Samaritana, fazendo dela uma criatura que devia ser a causa de
inúmeras conversões entre os seus conterrâneos, a ponto de confessarem eles, um
dia, que Jesus é o Salvador do mundo. Assim foi com as portadoras de aromas
que, retornando do sepulcro vazio, iriam se tornar portadoras da boa nova da
Ressurreição. E pensar que eram as mulheres desacreditadas pelos seus
contemporâneos! E não foi diferente com os apóstolos, homens simples e alguns
deles pescadores, mas que se tornariam as colunas da Igreja Mãe e Mestra da
Verdade.
O homem espiritual coloca-se em estado de estupefação diante
de ação tão potente e gratuita de Deus, desses milagres físicos, mas também (e
quão numerosos!) milagres morais e espirituais que Ele está operando a cada
minuto. Foi, aliás, a verdade que Jesus nos transmitiu quando declarou: Meu Pai
trabalha até agora e eu também trabalho (S. João 5,17). Em outra ocasião,
Jesus dirá: Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste
estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó
Pai, porque assim foi do Teu agrado (S. Lucas 10,21).
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