quinta-feira, 30 de maio de 2013

O que ele significa para mim

Jobair José Braga do Amaral

Trechos extraídos do livro
Crianças Brasileiras, o Amor Tudo Vence!

Diziam-me que aquele menino tinha qualquer coisa de extraordinário, e que estava impressionando a todos os que com ele tinham contato. Alguns rapazes do Nordeste, que com Jobair faziam parte do Movimento GEN (Geração Nova – ramo do Movimento dos Focolares), e dele tinham ouvido falar, enviaram-lhe uma mensagem durante a enfermidade: Tu és uma flor desabrochada e por isso Deus te escolheu para o Paraíso.
Nasceu em 01 de abril de 1959.
Morreu em 27 de dezembro de 1970.
Sua Primeira Comunhão, 15 de maio de 1966 em Aparecida do Norte, São Paulo.
Fazia parte da banda marcial do Colégio La Salle, de Aparecida, sua terra natal, bem como era membro também do Movimento Gen ou Geração Nova dos Focolares desde fevereiro de 1970 através de um Congresso em Aparecida do Norte com Gianni Busellato.
Chiara Lubich, fundadora desse Movimento, havia dado ao Jobair como "Palavra de Vida" o conhecido texto que ele deveria transformar em seu programa de vida: “Os céus e a terra passarão, mas os desígnios de Deus sobre nós jamais passarão”.
Em setembro de 1970 Violetta, uma das responsáveis pelos Focolares, telefona para Giaani Busellato, dizendo que recebeu um telefonema de uma enfermeira do Hospital dos Servidores, dizendo que um menino de nome Jobair pediu para avisar que um Gen 3 estava internado com câncer e a previsão era de poucos meses de vida. Depois de recuperado de um tumor no ventre, está agora com um linfosarcoma que se expandiu.
Fala como uma pessoa adulta e tem somente onze anos.
Em 1 de dezembro de 1970 muito magro, pesando somente vinte e quatro quilos, com uma parte do rosto paralisada, o que lhe impede de pronunciar as palavras corretamente. Os braços e os pés estão tão picados que já não se encontra mais lugar para aplicar as injeções. Os olhos mostram-se visivelmente arregalados, talvez porque, dizem os pais, este tipo de câncer provoca certa pressão sobre os olhos. Ele tem dores de cabeça contínuas, aliviadas somente pelas injeções frequentes.
Apesar da dor pela doença do filho, seu pai era consciente e, aceitou sua perda.
10 de dezembro de 1970, Padre Maurício Curi, lhe deu a comunhão.
Mais de uma vez pediu desculpas aos pais por não ter sido obediente no passado.
11 de dezembro de 1970, Gianni levou Padre Maurício Curi para lhe dar a comunhão e para lhe administrar o Sacramento dos Enfermos.
Em 18 de dezembro, momentos depois, de Jobair falar a sua mãe sobre Jesus Abandonado, ela vai à igreja dos franciscanos e se dirige ao confessionário a um frade, e lhe diz: Padre, vim aqui para oferecer o meu filho a Deus e se assim Deus quer, ofereço também meus outros dois filhos.
Em 24 de dezembro fala a uma enfermeira sobre sua morte, não tinha medo da morte. Eu sei que vou morrer – confiava a uma enfermeira – mas não diga nada a ninguém, nem ao papai, nem a mamãe.
No dia 27 de dezembro morreu no Hospital dos Servidores, em nossa Capital, o garoto que oferecia seus sofrimentos pelo Papa, pela Igreja e pelas Famílias.
Às seis e quinze da manhã, Jobair entrou na Mariápolis Celeste.
Não morreu no dia de Natal, como esperávamos, mas no Dia da Família. Talvez fosse esta a sua missão: a de reunir e a de dar o verdadeiro significado à família.
Por este menino tão amado por Deus e por Maria, nossa mãe; por este menino também conhecido por Chiara, a tal ponto que ela desejou que o seu nome fizesse parte do elenco dos membros do Movimento que já partiram para o que nós chamamos de Mariápolis Celeste, isto é, o Paraíso. O nome de Jobair ficou dessa maneira registrado no livro do Movimento para que seja recordado todos os anos durante a Santa Missa num dia fixo.
Todos os anos, lemos neste livro, no dia 27 de dezembro, o nome de Jobair José Braga do Amaral, GEN 3.
Era o dia 27 de dezembro de 1971, um ano após sua morte, um médico, Diretor de um Hospital Pediátrico da Nigéria, na África, escolheu-o como Patrono de seu hospital de crianças.

2 comentários:

  1. Reproduzo a seguir e-mail que recebi de Antenor Scalett:
    Bom dia Ricardo,

    não tive a oportunidade de conhecer o Jobair, só o conheço pelas conversas que já tivemos. Pelo que você nos conta agora neste Blog, vejo que em tão pouco tempo, ele conheceu o Ideal, se encantou e viveu intensamente o ano que o preparou para o Encontro com Deus.

    Realmente, é impressionante e arrebatador viver na dimensão do infinito, mesmo sabendo que o finito está próximo.

    Ele viveu dessa forma e certamente o Paraíso é uma certeza para ele. Ele nos lembra Chiara Luce, porém as circunstâncias daquela época, o pouco tempo de Obra e a distância do Centro, podem ter feito com que seu nome seja esquecido. Que bom que você está fazendo este trabalho de recuperar a lembrança deste nosso Santo.

    Você poderá enriquecer as informações do Blog, se conseguir colher informações com aqueles que viveram essa experiência naquela época, como os popos e padres que você citou ou outros que tiveram contato e que possam responder. Seguramente eles poderão ajudar.

    Grande abraço.
    1.Antenor

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